Foto: Claudio Vieira / OVALE
São José dos Campos
Nem PT e nem PSDB. A crise econômica impôs um fracasso à política de geração de empregos dos dois principais governos petista e tucano na região, respectivamente de Carlinhos Almeida (PT), em São José, e Ortiz Junior (PSDB), de Taubaté.
Entre janeiro de 2013 a agosto deste ano, período do primeiro mandato de ambos os prefeitos até agora, essas duas cidades registram saldo negativo de empregos.
São José perdeu 15.014 vagas no mercado de trabalho no período, enquanto Taubaté fechou 10.432 postos. O levantamento foi feito com base em números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.
Mas os setores mais atingidos em cada cidade são diferentes. Serviços foi o que mais perdeu vagas em São José. O saldo é negativo em 5.475 postos, o que representa 36,47% do total de vagas fechadas nestes 44 meses de governo.
A indústria aparece em segundo lugar, com 4.651 empregos perdidos, 30,98% do total. Em Taubaté, o setor industrial foi responsável pelo fechamento de 7.020 vagas desde 2013, 67,29% do total. O comércio ocupa a segunda colocação, com um corte de 1.870 vagas, 17,93% do desemprego total.
Criatividade. Para especialistas, a crise econômica que atingiu o Brasil desde 2014, intensificada em 2015, prejudicou as políticas de geração de empregos nos municípios. Mas esse fator não é o único culpado. “A política de emprego municipal é quase sempre a de conceder benefícios para a instalação de empresas, mexer na burocracia para abrir negócios e oferecer cursos. Isso é pouco diante da crise que vivemos”, avaliou ontem o economista Fernando Lacerda.
Para ele, as prefeituras têm que ser mais criativas para enfrentar o desemprego. “Penso que uma estratégia correta seria estabelecer parcerias com os diversos setores da economia para atacar, prioritariamente, os problemas de cada um deles e, assim, ajudar a gerar emprego”.
Lacerda não descartou, contudo, que a atual crise derrubou a arrecadação das prefeituras e atrapalhou projetos estratégicos. “Há soluções que não dependem dos municípios, como desoneração dos encargos e do custo da produção”.
Fonte; Xandu Alves, Ovale